segunda-feira, 8 de julho de 2013

Madam Justice

Trecho retirado de 'V de Vingança".



-"Olá querida moça. Linda noite, não é? Perdoe-me pela intromissão, talvez você pretendesse dar uma volta. Talvez você estivesse simplesmente aproveitando a vista. Não importa. Achei que era hora de batermos um papo. Ah, estava esquecendo que não fomos devidamente apresentados. Eu não tenho nome. Pode me chamar de V."
-"Sra. Justiça... este é o V."
-"V... esta é a Sra. Justiça." 
-"Olá Sra. Justiça." 
-"Boa noite, V."
-" Pronto. Agora conhecemos um ao outro. Na verdade, sou seu fã a algum tempo. Oh, sei o que está pensando...
-"O pobre garoto tem uma queda por mim. Uma paixão adolescente." 
-"Perdão, madame, não é isso. Admiro-a a muito tempo, mesmo que à distância. Costumava encará-la da rua lá embaixo quando era criança. Dizia à meu pai" - "Quem é aquela moça?", e ele dizia, -"É a Sra. Justiça. E eu dizia -"É linda, não é?". Por favor, não pense que era meramente físico. Sei que não é esse tipo de garota. Não, eu a amava como pessoa, como ideal. Isso foi há muito tempo. Temo que haja outra pessoa agora..."
 -"O quê? V? Que vergonha! Você me traiu com uma prostituta, vaidosa e petulante com os lábios pintados e um sorriso esperto."
 -"Eu, madame? Tenho que discordar. Foi a sua infidelidade que me levou aos braços dela! A-ha, isso a surpreendeu, não foi? Você achou que eu não sabia do seu casinho, mas eu sei. Eu sei de tudo. Francamente. Não fiquei surpreso quando descobri. Você sempre gostou de homens de uniforme."
- "Uniforme? Estou certa de que não sei do que você está falando. Sempre foi você, V. Você sempre foi o único."
- "Mentirosa! Vadia! Vagabunda! Negue que deitou-se com ele, com suas braçadeiras e coturno! Bem, o gato comeu sua língua? Achei que sim. Muito bem. Até que enfim você foi descoberta. Você não é mais a minha justiça. Você é a justiça dele, você deitou-se com outro. Bem, este jogo pode ser jogado à dois!"
-"Soluça! Engasga! Quem é ela, V? Qual seu nome?"
- "O nome dela é Anarquia. E ela ensinou-me mais como amante do que você jamais fez! Ela ensinou-me que a justiça não tem sentido sem liberdade. Ela é honesta. Não faz, nem quebra promessas. Diferentemente de você, Jezebel. Eu costumava imaginar por que você não me olhava nos olhos. Agora eu sei. Então, adeus, querida moça. Eu estaria triste por terminarmos, se não fosse pelo fato de você não ser mais a mulher que um dia amei. Aqui, um último presente. Deixo-o a seus pés."



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