segunda-feira, 8 de julho de 2013

Woody "Além"

Woody Allen
Semanas atrás, fui acometida por uma vontade de assistir "Match Point", obra do mestre Woody Allen. Na verdade, não era vontade, era necessidade. Fiz a única coisa que poderia fazer naquele momento: sucumbi ao desejo.
Woody, durante sua ilustre carreira, escreveu e dirigiu muitos filmes. A maioria deles, principalmente os mais antigos, têm como tema a cidade de Nova Iorque e os relacionamentos que lá se desenrolam. Esta receita rendeu clássicos como Annie Hall e Manhattan. Mas, foi quando Allen atravessou o Atlântico que seu trabalho foi "além". 
Foi em Londres que o escritor e diretor filmou, na minha humilde opinião de pseudo cinéfila, seu melhor filme e também foi lá que esse encontrou sua segunda musa, Scarlett Johansson. Em 2005, Allen lançou "Match Point", um filme que aborda a sorte e o quanto esta está presente em nossas vidas. Essa é a primeira vez que vemos um tom obscuro em um de seus trabalhos. Tudo funciona e se encaixa perfeitamente, a fotografia, Londres, Scarlett. Neste caso, só tenho uma coisa a dizer: Game, Allen.
Muitos, por conhecerem a fama de nova-iorquino apaixonado de Woody poderiam pensar que depois de uma temporada fora, ele voltaria à sua cidade, afinal, "o bom filho a casa torna", mas não foi o que aconteceu. 
Match Point
O que vimos foi uma sequência de filmes não só feitos na Europa, mas com cara de Europa. "Scoop" e "O sonho de Cassandra", Londres; "Vicky, Cristina, Barcelona", Barcelona; "Meia Noite em Paris", Paris; "Para Roma, Com Amor", Roma. 
Os ares europeus fizeram bem a ele, parece que até a fotografia de seus filmes mudou. Está mais delicada, romântica, com um toque de Jean-Pierre Jeunet em "Amelié Poulain" e "Eterno Amor".
Alguns aspectos podem ter mudado, mas uma coisa continua igual: suas piadas inteligentíssimas. Uma de suas películas, pouco conhecida, devo dizer, chamada "Tudo pode dar certo" é uma das melhores comédias que já assisti. O personagem principal, Boris, é um autorretrato do autor. "Vicky, Cristina, Barcelona", que não foi feito para ser cômico, tem cenas e falas engraçadíssimas e inteligentes. A atuação de Penélope Cruz é impecável. Tanto que a atriz ganhou um Oscar por seu papel como "Maria Elena" e tornou-se um dos meus personagens favoritos de todos os tempos.
Penélope Cruz em "Vicky, Cristina, Barcelona"
Mas o que faz de Woody Allen um gênio do cinema? Seus roteiros? Sua direção? A escolha do elenco? Da locação? Todos esse aspectos reunidos? Talvez sim, mas o que realmente torna Allen um gênio e faz dele um dos maiores cineastas de todos os tempos é ser fiel em suas ideias e crenças. Mesmo quando criticado, Woody nunca alterou o teor de seu trabalho para contentar ninguém. Sua ousadia, coragem e inteligência fazem de Woody Allen um mestre, fazem com que ele vá sempre "além".

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