Woody Allen |
Semanas atrás, fui acometida por uma vontade de assistir "Match Point", obra do mestre Woody Allen. Na verdade, não era vontade, era necessidade. Fiz a única coisa que poderia fazer naquele momento: sucumbi ao desejo.
Woody, durante sua ilustre carreira, escreveu e dirigiu muitos filmes. A maioria deles, principalmente os mais antigos, têm como tema a cidade de Nova Iorque e os relacionamentos que lá se desenrolam. Esta receita rendeu clássicos como Annie Hall e Manhattan. Mas, foi quando Allen atravessou o Atlântico que seu trabalho foi "além".
Foi em Londres que o escritor e diretor filmou, na minha humilde opinião de pseudo cinéfila, seu melhor filme e também foi lá que esse encontrou sua segunda musa, Scarlett Johansson. Em 2005, Allen lançou "Match Point", um filme que aborda a sorte e o quanto esta está presente em nossas vidas. Essa é a primeira vez que vemos um tom obscuro em um de seus trabalhos. Tudo funciona e se encaixa perfeitamente, a fotografia, Londres, Scarlett. Neste caso, só tenho uma coisa a dizer: Game, Allen.
Muitos, por conhecerem a fama de nova-iorquino apaixonado de Woody poderiam pensar que depois de uma temporada fora, ele voltaria à sua cidade, afinal, "o bom filho a casa torna", mas não foi o que aconteceu.
Match Point |
O que vimos foi uma sequência de filmes não só feitos na Europa, mas com cara de Europa. "Scoop" e "O sonho de Cassandra", Londres; "Vicky, Cristina, Barcelona", Barcelona; "Meia Noite em Paris", Paris; "Para Roma, Com Amor", Roma.
Os ares europeus fizeram bem a ele, parece que até a fotografia de seus filmes mudou. Está mais delicada, romântica, com um toque de Jean-Pierre Jeunet em "Amelié Poulain" e "Eterno Amor".
Alguns aspectos podem ter mudado, mas uma coisa continua igual: suas piadas inteligentíssimas. Uma de suas películas, pouco conhecida, devo dizer, chamada "Tudo pode dar certo" é uma das melhores comédias que já assisti. O personagem principal, Boris, é um autorretrato do autor. "Vicky, Cristina, Barcelona", que não foi feito para ser cômico, tem cenas e falas engraçadíssimas e inteligentes. A atuação de Penélope Cruz é impecável. Tanto que a atriz ganhou um Oscar por seu papel como "Maria Elena" e tornou-se um dos meus personagens favoritos de todos os tempos.
Penélope Cruz em "Vicky, Cristina, Barcelona" |
Mas o que faz de Woody Allen um gênio do cinema? Seus roteiros? Sua direção? A escolha do elenco? Da locação? Todos esse aspectos reunidos? Talvez sim, mas o que realmente torna Allen um gênio e faz dele um dos maiores cineastas de todos os tempos é ser fiel em suas ideias e crenças. Mesmo quando criticado, Woody nunca alterou o teor de seu trabalho para contentar ninguém. Sua ousadia, coragem e inteligência fazem de Woody Allen um mestre, fazem com que ele vá sempre "além".
Muito bom, Mayara! Gosto muito do seu conhecimento sobre cinema.
ResponderExcluirObrigada, Lu!!
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